domingo, 12 de setembro de 2010

2ª Maratona do Pequi – Carlos Lopes vence a meta volante e a prova

Sábado dia 11 de setembro, Chapada do Araripe – região do Cariri, Município do Crato, um grande público de ciclistas a prestigiar um dos melhores amigos que alguém pode ter, que por sinal demonstrou grande carisma em aglomerar uma das maiores quantidades de ciclistas já vista em uma prova de mountain bike no Ceará. Mais de 100 atletas compuserem a largada, e a localização estratégica de Crato colabora para que atletas de outros estados possam comparecer e que de fato ocorreu, principalmente pela presença dos atletas de Ouricuri que têm em sua equipe dois campeões do Piocerá 2010.

A competição ocorreu em uma bela tarde sem sol e com uma fina garoa, fato este que aqui é comemorado com alegria tamanha é à força de nossa estrela que por aqui torna as coisas bem quentes. No fim seriam R$2.000,00 em prêmios divididos em todas as categorias e mais uma meta volante. Todas as categorias menos a elite compunham a prova e no gride de largada todos os atletas da região caririense, mais uns bons atletas do Ceará – entre eles o atual campeão cearense de MTB XCO Diego Almeida – e o campeão do Piocerá conhecido entre a comunidade ciclística de “Lampião”, atleta este que sempre está acompanhado de sua esposa, a também campeã do Piocerá, Renata.

A prova narrada pelo campeão


A Largada como sempre muito nervosa e desta vez em uma leve subida de 900 metros que seleciona de imediato quem tem forças para seguir no pelotão da frente. Eu largo sem grandes pretensões e sabendo que seriam ao todo 80 km, e que não é o momento de mostrar ser melhor para ninguém. Então somos agora ao todo sete atletas e tenho como estratégia não desgrudar “nem por pancada” deste pelotão que lidera a prova. Daí então todos seguem de maneira impetuosa, sendo atletas de mountain bike como são, todos fazendo inúmeras e repetidas tentativas de fugas e conseqüentemente elevando o ritmo para as alturas. Um pouco mais a frente se junta ao grupo que já havia diminuído, Geraldo Feitosa, que como um guerreiro que veio para a guerra já vem pedindo passagem e todos se surpreendem com tamanha força que parte para a frente do pelotão dando mais força ao ritmo que já estava forte. Com mais a chegada deste parceiro e a quebra de outros agora estamos em um grupo de sete. Seguimos assim, Diego Almeida, Geraldo Feitosa, João Filho, Juvenal Batista, Lampião, Eu (Carlos Lopes) e outro ciclista ao qual não conheço seu nome. Este grupo segue em disparada até a reta da Meta-volante à 40 km da largada, quando todos se dividimos para a primeira chegada. Nesta, Geraldo parte de início num ritmo alucinante e eu sigo na sua cola até o momento em que percebo uma leve queda no rendimento de seu sprint e parto com todas as minhas forças para vencer a primeira Meta-volante com meu amigo Lampião logo em seguida e João Filho em terceiro. Neste momento, um pequeno desentendimento entre os organizadores que não conseguiram ver minha placa me faz voltar para mostrar-lhes que meu número é o 100. E nisto, fogem Lampião e João Filho, pois quando sigo estou bem atrás e apenas acompanho Geraldo e Diego já fazendo parte do segundo pelotão. Agora é remar para acompanhar os da frente e por mais que tente incentivar meus dois amigos, e por mais que tente ajudar colocando minha bike na frente vejo que os dois que estão na frente se distanciam cada vez mais. Daí, tenho que tomar uma atitude arriscada, porém necessária. Terei que partir para um novo sprint me levando deste para o pelotão da frete. O problema é que se eu não conseguir acabarei com minhas chances de vencer a prova e vim para cá com este objetivo muito definido e estou bastante focado para conseguir. Então vamos lá. Parto com um único intuito, chegar à frente, e depois de uns 2 km é o que consigo fazer. Neste momento meu coração está quase a saltar pela boca e agora tenho que me recuperar, pois ainda restam mais de 30 km para uma nova chegada. Quando chego à frente um dos dois ciclistas que tentavam não me deixar aproximar cai de rendimento e agora somos Eu e Lampião, e eu não poderia ter uma presença melhor naquele momento. Meu amigo Lampião é um grande sinônimo de amizade, compromisso, ética e perseverança, acredito que quando estamos juntos – pois esta não foi à primeira vez – conseguimos dar força um-ao-outro apenas por nossas presenças. E assim seguimos, em revezamento e colaborando um com o outro até a chegada. É uma pena não podermos dividir o primeiro lugar, pois seria merecedor estarmos no mesmo lugar. E a chegada foi realizada com muita ética por ambos os atletas que partiram juntos sem que um fechasse a porta do outro, vencendo Carlos Lopes com Lampião chegando em segundo lugar.

Na geral chegam logo em seguida, um grande guerreiro chamado Geraldo Feitosa – também conhecido como Xuxa – com Diego Almeida alguns minutos atrás de Geraldo e João Filho logo em seguida. Na feminino vitória para Renata, esposa de Lampião.

Parabéns para Beto Ciclo, “Dedo”, “Kiko”, Geraldão e todos os outros que organizaram a prova, pois mostraram grande carisma com o público que aplaudiu a prova e prometeu que na próxima irá novamente.

Carlos Lopes

Um comentário:

  1. Grande Carlos, mais uma vez meus parabéns pela ótima corrida que além de alucinante superou as expectativas deixando essa maratona mais viva do que nunca para crescer e continuar suas edições vindouras.

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